terça-feira, 21 de julho de 2009

Obsessivo por livros


Em um dia de preguiça e chuvoso como hoje, a única saída para deixar o dia mais gostoso é uma boa leitura. Não tenho o costume de ler durante o dia, prefiro ler tudo que tem direito à noite e depois, no dia seguinte, se for o caso, fazer as anotações, observações sobre o que li na noite passada. Mas são raras as situações em que passei o dia inteiro lendo, e relendo. Quando o dia está tendencioso a essa malemolência toda, fico revezando entre um livro, um artigo na internet, um ou dois filmes, volto aos livros, e assim vou terminando um dia cheio de suavidade, de frieza e de muito raciocínio.


Mesmo tendo esse prazer pela leitura, assumo que tenho alguns problemas com os livros. Sempre tenho dois livros próximos, que os considero leitura atual. Basta uma folhinha nova passar pelos meus olhos que eu já me jogo em cima e procuro saber do que se trata. Uma amiga disse que isso é um caso clássico de “Leitura Obsessiva”. Sempre freqüento os sebos do Recife, dos mais sofisticados até os mais estilizados, cheios de clássicos e livros interessantes. E sempre que vou nesses lugares, participo de uma negociação e volto pra casa com um ou dois livros, no máximo. Às vezes nem termino um livro e já inicio outro, e que por conseqüência também começo outro, por causa de uma citação, que me leva a outros livros por inúmeras citações, e me perco ( ou me acho) no mundo das letras.

Em casa já cheguei a formar uma torre de livros ao lado da minha cama, que ia de todos os estilos – romances, didáticos, crônicas, contos, científicos, algumas peças. Sem esquecer, é claro, das revistas que vou juntando. Quando sobra algum trocado, passo na banca e recolho uma Cult, Bravo, Pernambuco, Le Monde e, nas últimas, pego a Carta Capital. Todo dia, seja na internet ou em papel mesmo, leio os três jornais de Pernambuco e alguns de fora, de preferência um do Rio e outro de São Paulo. E assim vou colecionando minhas leituras diárias. Tenho um bloquinho para anotar algumas coisas que acho interessante nos jornais, mas não tão importante para guardar as matérias. Aumentando a relevância do que leio, guardo a página do jornal, sublinho as melhores frases e deixo bem seguras nas estantes, perto das revistas que vou colecionando.

Além dos sebos, eu tenho alguns xodós, como bibliotecas ou livrarias em Recife. A clássica biblioteca que fica nos meus sonhos é a do Parque Treze de Maio, onde eu entrei em contato com os primeiros exemplares, muito empoeirados, do 18 Brumário, mesmo sem entender muita coisa. A da faculdade de Direito, também no mesmo quarteirão, me proporcionou um encontro com Michel Foucault. Na Zona Oeste do Recife tem uma que me atrai muito, talvez pela burocracia que existe lá dentro, que é homogeneamente filosófica. Pouco fui lá, apenas duas vezes, mas foram inesquecíveis. E por último a livraria cultura, aquele prédio que parece mais um paraíso, contribui intensamente pela minha obsessão por livros, sempre querendo mais.

Os amigos já sabem quando compram um livro novo. Têm que me apresentar seja ele qual for. Pergunto sempre as pessoas o que elas estão lendo e o que estão achando do livro. Acho a leitura fundamental. Essa minha preocupação com a leitura dos outros me rendeu um nobre apelido: Rato de livros. Disputo com as traças e com as poeiras sempre um bom livro. Um bom livro me enobrece, e me enriquece, e me faz entrar em contato com personagens de outro mundo, com outras línguas e que trazem uma visão diferenciada do mundo. Os livros são bons companheiros aliados aos amigos e nunca nos deixam em silêncio.

2 comentários:

  1. Afonso, ser um 'rato de livros' é um elogio, não um simples apelido nobre, ou nobre apelido...
    :P

    faça jus cada vez mais!

    Beijos mil

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  2. Obrigado,minha querida, pelo grande impulso.

    A leitura é primordial.

    Sem mais.

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